Manos, manas e trans finíssimas! Chegou a hora de mais uma #AstroThreadBr.
Resolvi falar hoje da principal ferramenta que os astrônomos usam: a LUZ!
Lumos!
Mas por que falar de luz? Parece um assunto muito simples, né? Então, não exatamente. Vou começar contando uma coisa pra vocês: existem vários "tipos" de luz, e nosso olho enxerga uma porção muito minúscula de toda a luz que existe no mundo e no universo.
Espera, Ge, como assim? O que são esses outros tipos de luz?
Bom, vamos lá.. sabe o microondas da sua casa? As tais das microondas que esquentam sua comida são um "tipo" de luz.
O raio-x que usam pra ver braço quebrado? O "infravermelho" daqueles óculos de visão noturna? Ondas de rádio? Então, tudo luz.
E como é que isso funciona?
A luz se comporta como uma onda. Voce pode imaginar que cada raiozinho de luz é uma ondinha viajando. Mas as ondas podem ter "tamanhos" diferentes, esse tamanho é o que chamamos de ~comprimento de onda~.
Quanto maior for esse tamanho, MENOS energia essa onda/luz vai ter. Então, das menos pras mais energéticas: ondas de rádio, microondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios-x e raios gama.
A todas essas nós damos o nome de "ondas eletromagnéticas", que são as que não precisam de um meio pra se propagar. Ou seja, luz viaja pelo Universo, mesmo no vácuo. O som, por exemplo, não consegue fazer isso.
Tá, mas o que tudo isso tem a ver com astronomia? TUDO.
Graças aos telescópios que temos hoje, a gente pode observar cada um desses tipos de luz separadamente.
E isso é muito importante porque diferentes tipos processos astronômicos emanam diferentes tipos de luz. Dá pra ilustrar isso muito bem nessa imagem. Em todas vocês vêem a mesma galáxia, observadas em comprimentos de onda diferentes.
Por exemplo: no infravermelho, vemos a poeira. No ultravioleta, regiões de formação estelar. No visível, as estrelas, e por aí vai...
Quando aqui nas threads alguém fala de espectro, tem a ver com isso. Espectro é um gráfico que mostra o quanto de cada onda tá vindo da estrela/galaxia/etc. Então se a parte ultravioleta do espectro de uma galáxia é alta, por ex, já podemos supor que estão nascendo estrelas lá.
Esses espectros são grande fonte de informação para nós astrônomos, mesmo que pareçam só um rabisco. No meu trabalho, por exemplo, eles são peça chave e indispensável para estudar as idades e abundâncias químicas das populações estelares que compõem as galáxias.
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